Já faz tempo que fui embora
E que o resto pra mim é tudo
E que o resto afirma minhas pernas
Me deixa olhar pra cima
E respirar.
Já faz tempo que estou aqui
Buscando outras linhas
Vivendo o mundo inteiro
Sem nada a me dar.
Já faz tempo que a visão está pequena
Os olhos entreabertos
Para outra coisa enxergar.
Já faz tempo que o tempo nada muda
Como a voz que grita na rua
Outra pessoa em quem votar.
Já faz tempo que a palavra vai embora
Que a letra se desfaz em nota
Que a nota não mais a toca
Ainda que devagar.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Pensando
Nunca buscou uma rima
Nem para sua música que seria o maior sucesso
E nunca foi.
Mas pensava
Ao menos tudo colocava para fora.
Mostrava seus medos como nunca fez.
Ainda que a estranheza mais uma vez
lhe guardava dentro de si.
A dúvida era a mesma.
E viveu sempre assim
Nem para sua música que seria o maior sucesso
E nunca foi.
Mas pensava
Ao menos tudo colocava para fora.
Mostrava seus medos como nunca fez.
Ainda que a estranheza mais uma vez
lhe guardava dentro de si.
A dúvida era a mesma.
E viveu sempre assim
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Sem título
Como no tempo
que só volta com o fechar dos olhos.
Eles ainda eram vivos
Todos eles
Os quatro.
O frio arranha de leve
E de fora o sol é invisível
Ela tem 20, não 60
Eu também.
Penso em não sentir mais nada
E tudo grita sem parar
E tudo brilha ao mesmo tempo
Mas de olhos fechados
O frio arranha de leve.
que só volta com o fechar dos olhos.
Eles ainda eram vivos
Todos eles
Os quatro.
O frio arranha de leve
E de fora o sol é invisível
Ela tem 20, não 60
Eu também.
Penso em não sentir mais nada
E tudo grita sem parar
E tudo brilha ao mesmo tempo
Mas de olhos fechados
O frio arranha de leve.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
invento
você já existiu
pra mim
eu acho
já tomamos uma cerveja
várias
com seu violão
sem tocar
até hoje
até sempre
eu me lembro
dos detalhes
e dos olhos azuis
do bar da augusta
das várias brahmas
de andarmos juntos
do violão nas costas
o seu
nas suas
da menina mutante
da menina que sonha
da menina que sempre
vai embora
que nunca
nunca
(mais)
me encontra
pra mim
eu acho
já tomamos uma cerveja
várias
com seu violão
sem tocar
até hoje
até sempre
eu me lembro
dos detalhes
e dos olhos azuis
do bar da augusta
das várias brahmas
de andarmos juntos
do violão nas costas
o seu
nas suas
da menina mutante
da menina que sonha
da menina que sempre
vai embora
que nunca
nunca
(mais)
me encontra
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